segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Clubes estrangeiros ganham o coração de brasileiros

É cada vez mais comum a existência de brasileiros que torcem por times estrangeiros. O interesse e curiosidade podem ter motivações diversas. O futebol europeu, por exemplo, desperta olhares por ser bem organizado, reunir grandes craques e pela forte estrutura dos clubes. A Liga dos Campeões da Europa é um dos campeonatos mais glamurosos, repleto de atuações de gala.

O Brasil exporta bons jogadores e já não realiza campeonatos expressivos. Além disso, cada vez mais brasileiros tem acesso aos times estrangeiros pela internet e pela TV a cabo. Em geral, os mais atraídos são os jovens, que têm mais tempo para seguir diferentes competições. Alguns torcem por duas equipes, uma nacional e outra do exterior. Dessa forma, é possível conciliar as idas ao estádio com as partidas assistidas pela televisão.

Matheus Oliveira, de 23 anos, é torcedor do Flamengo e descobriu uma paixão em terras britânicas: o Arsenal. Segundo ele, a diferença entre os dois clubes é que o rubro-negro carioca se faz mais presente na vida dele por questões geográficas, porque o amor que sente por ambos é praticamente o mesmo. Matheus conta também que o interesse pelo Arsenal começou nos anos 2000, uma década vitoriosa. Os Gunners foram tricampeões da Copa da Inglaterra e bicampeões da Supercopa do país.

- Como todo amante de futebol, me senti atraído pelo futebol espetacular que jogava aquele time do início dos anos 2000. Era um prazer sem igual assistir àqueles jogos. O Arsenal é um time que apresenta classe e tradição, mas também se posicionando com temas extra-futebol, como por exemplo a camapanha “Rainbow Laces”, que se levanta contra a homofobia no futebol – explicou.


Matheus registrou a paixão pelo clube inglês no lado esquerdo do peito 

No ano passado, a empresa Stochos Sports & Entertainment realizou uma pesquisa para saber quais são os clubes estrangeiros preferidos dos brasileiros. Dentre 8.345 entrevistados, 24,9% simpatizam com o Barcelona. Outro clube espanhol é querido pelo público, o Real Madrid ocupa a segunda posição com 11,8% vem seguido de Milan, Chelsea e Manchester United.

A adoração do time catalão pode ser consequência da boa fase principalmente no período em que Pep Guardiola era o técnico da equipe, de 2008 ao início de 2012. O clube venceu 13 dos 16 títulos que disputou. Isso acaba por chamar a atenção de muitos. Em contrapartida, há quem ache que torcer pelo Barcelona é moda pelo simples fato do clube ter números favoráveis. 

Para Nathalia Araújo, de 21 anos, torcedora do Botafogo e também do Bayern de Munique, existem aqueles que realmente acompanham e outros que apenas seguem uma tendência.

- Eu gosto de chamar isso de “efeito Liga dos Campeões”, que só não funcionou com o Bayern. O clube que ganha a Liga dos Campeões da Europa é sempre o que fica na mídia, então geralmente surgem vários torcedores. Muita gente compra camisa e todo mundo passa a entender do clube. Isso aconteceu agora com a Alemanha, agora vejo muita gente vestindo a camisa dela – constatou.


Nathalia ao lado da taça da Liga dos Campeões da Europa conquistada pelo Bayern de Munique na temporada 2012-2013

Nathalia começou a se interessar pelo time alemão porque ficou encantada com o desempenho do lateral Phillip Lahm. A partir daí, ela decidiu procurou mais informações sobre o time e se identificou com a equipe, a torcida e a política do Bayern. Ainda que esteja envolvida com as maravilhas do futebol europeu, ela deixa claro que não abandona o Botafogo, que é o clube do coração.

- Eu me recuso a deixar de acompanhar o Botafogo porque se eu tomar essa atitude radical, eu vou deixar de fazer uma das coisas que eu mais gosto que é ir ao estádio. Sou apaixonada pelo Bayern, mas não tenho a oportunidade de ir ao estádio e aqui eu tenho o Maracanã praticamente do lado. Eu me sentiria até um pouco vazia se não tivesse o Botafogo para acompanhar aqui no Brasil – compartilhou.

É comum ouvir por aí que não se escolhe o time do coração, porque a paixão surge naturalmente (ainda que possa ser impulsionada por influência externas). Está provado que é possível se apaixonar mais de uma vez. O futebol abre um leque de possibilidade para os amantes do esporte, dessa forma é permitido se sentir um pouco flamenguista, um pouco gunner, um pouco botafoguense e um pouco bávaro.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Geral do Grêmio não tolera racismo

Depois da polêmica que envolve o racismo sofrido pelo goleiro Aranha, a torcida Geral do Grêmio divulgou um vídeo repugnando esse tipo de atitude. Além disso, prometeu por tempo indeterminado, parar de cantar a música que utiliza o termo "macaco" para se referir aos torcedores do Inter. Os gremistas dizem que a palavra não é usada a fim de discriminar, mas para reforçar que o colorado os imita. 

O alvirrubro tem como mascote o saci, mas também usa a figura de um macaco como símbolo. Ele se chama "Escurinho", nome que foi determinado por uma votação online. O animal foi escolhido porque é querido pelas crianças, além de ser símbolo de um dos projetos sociais do clube. 


Publicação da página Geral do Grêmio

O episódio aconteceu no jogo entre o tricolor gaúcho e Santos pela Copa do Brasil, onde parte da torcida ofendeu o goleiro santista. O Grêmio foi excluído da competição e os torcedores responsáveis pela injúria foram punidos. 

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Futebol americano também tem apoio brasileiro

Partida entre Baltimore Ravens e Pittsburgh Steelers pela NFL em 2006


A National Football League, a NFL, começou ontem e os amantes do esporte acumularam uma saudade de sete meses. Hoje, o futebol americano ganha cada vez mais o coração dos brasileiros. Muitos não só assistem como torcem por um time. O campeonato bem organizado e o jogo que envolve estratégia, velocidade e emoção atrai cada vez mais pessoas.

O site Endzone Brasil realizou uma pesquisa sobre os torcedores da NFL no país. O New England Patriots foi o preferido e ocupou a parcela 15% do total de 3296 pessoas entrevistadas. Os Pats são tricampeões do Super Bowl e têm no elenco o craque Tom Brady.  A segunda posição ficou com o Green Bay Packers.

Domingo será a estreia do kicker Cairo Santos pelo Kansas City Chiefs, o primeiro brasileiro a participar da NFL. Uma coisa é certa: mesmo quem não torce pelos Chiefs vai prestigiar um representante do país na maior liga de futebol americano do mundo. Afinal, o futebol jogado com as mãos e com as traves invertidas também merece atenção. 

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

The Real Football Factories International



A série britânica de documentários, The Real Football Factories International, retrata o hooliganismo ao redor do mundo. O apresentador e ator Danny Dyer começa a jornada no Reino Unido e em seguida visita nove países em dois meses. Entre eles Argentina, Rússia, Brasil e Turquia. Nos episódios ele se vê em meio a torcidas violentas e grandes confusões.

Na passagem pela Argentina, Denny vai ao clássico Independiente x Racing e mostra como o futebol é tratado religiosamente. Ele assiste ao jogo na barra brava “Los Diablos Rojos”, do Independiente, que estava vencendo a partida. Ele disse que “não tinha certeza se estava em um estádio ou em um manicômio”. Não demorou para a torcida do Racing armar uma confusão a fim de forçar o término da partida. Atitude que, segundo ele, mostra uma visão distorcida de lealdade ao time.

Logo no início do episódio em que vem ao Brasil, o britânico diz que o país é um dos mais violentos do mundo. Ele mostra também que aqui o futebol é jogado em qualquer lugar, seja no campo, na praia ou na rua. Ao conversar com integrantes de torcidas organizadas, ele vê que as brigas são levadas muito a sério e que até mesmo armas de fogo são usadas. Um integrante da Mancha Verde do Palmeiras, conta que para defender a camisa que vestem eles estão dispostos a bater, matar e morrer.

A série mostra o lado ruim das torcidas, onde o fanatismo extrapola todo e qualquer nível de bom senso. Essa visão é fundamentada com depoimentos e cenas surpreendentes. Segundo o especialista em hooliganismo que aparece no episódio da Inglaterra, Peter Marsh, o fato das torcidas se intitularem organizadas mostra como eles incorporaram um novo modelo corporativo de negócio. Mas é importante ressaltar que, ao contrário do que ocorre em diversos países, no Reino Unido foi implantada uma política de prevenção à violência nos estádios. Dessa forma, torna-se possível controlar a ações que denigrem a imagem do esporte.