NA TORCIDA

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Ultrapassando barreiras. Literalmente.


"Nasci em 94 e nunca tinha visto o Flamengo ser Campeão Brasileiro. O campeonato de maior expressão que eu tinha visto foi a Copa do Brasil de 2006. Em 2009, eu morava em Petrópolis e não tinha como comprar o ingresso para o último jogo do Brasileirão que aconteceria no 6 de dezembro. Inconformada que eu não veria meu time ser campeão dentro do estádio depois de acompanhá-lo por muitos jogos, resolvi tentar a sorte e ir ao Maracanã mesmo sem o ingresso. Cheguei lá 11h e quando foi 13h houve uma confusão e uma correria, quando percebi uma parte das catracas tinha parado de funcionar. E foi nessa hora que aproveitei a sorte e entrei. Foi um dos jogos mais cheios que já fui, 80 mil ingressos foram vendidos mas com certeza tinha muito mais gente lá. No fim do dia, o Flamengo foi Campeão Brasileiro ganhando do Grêmio de 2 a 1 e fiquei sem arrependimentos." (BB do Rio de Janeiro)


Promessa de corinthiano



"Em 2012 na Libertadores, no segundo jogo da final entre Corinthians e Santos. O Corinthians tinha ganho o primeiro jogo de 1 a 0 na Vila Belmiro e o segundo jogo foi no Pacaembu. Foi aquela treta para conseguir o ingresso, consegui com a galera que eu conhecia da torcida Estopim da Fiel. No primeiro tempo fiquei com eles. O Corinthians podia empatar em 0 a 0 e no primeiro tempo o Neymar fez 1 a 0. Eu estava angustiado porque 1 a 0 ia para os pênaltis. E o Santos indo para cima, o Neymar estava no ápice. Aí eu me afastei dos caras da torcida e fui assistir ao jogo do outro lado do estádio. Aí fui andando sozinho e antes de começar o segundo tempo eu falei: se o Corinthians ganhar hoje e for campeão da Libertadores, eu vou a pé da minha casa até o Itaquerão que estava sendo reformado. Resultado: Corinthians campeão da Libertadores no dia 4 de julho. Aí eu me casei no dia 1º de setembro, que por coincidência foi aniversário do Corinthians também. Aí eu estava de férias, acordei um dia que não estava tão calor e falei: Andréa, é hoje que eu vou pagar uma promessa. Preciso ir no Itaquerão andando. Daí olhei no Google Maps e fui andando. Deu três horas e meia de caminhada e 25 quilômetros. Mas cheguei bem lá. No Mundial eu não fiz promessa nenhuma, ganhou a Libertadores então já está bom." (Rafael Giantomaso Neto de São Paulo)


O outro lado da Libertadores 2012



Um corinthiano já contou sua história, mas eu tenho a história do lado que infelizmente naquela noite não saiu com o caneco. Meu pai é argentino e sempre  foi fissurado pelo Boca Juniors. Ele passou essa obsessão para  mim.  Nós fazemos parte da La12 , a barra brava de Boca, e aqui no Rio, nós representamos a parte da torcida, e fazemos o possível e o impossível para receber  os gringos.  Precisávamos levar os argentinos para a final no Pacaembu , e se possível, assistir o jogo, apesar de não termos os ingressos. Então, organizamos todas as condições de poder leva-los para São Paulo. Conseguimos um ônibus, isso foi à parte mais fácil, o mais difícil era saber onde deixar o coletivo em São Paulo. Conseguimos um contato de uma torcida do Palmeiras, eu e meu pai também fazemos parte da organizada do Vasco, e meu pai entrou em contato com uns amigos que conseguiram um lugar numa quadra.  Tudo certo para nossa viagem. Saímos do Rio na véspera do jogo,  estávamos na passarela 12 da Avenida Brasil esperando o ônibus. O ônibus veio, pegamos os argentinos no aeroporto do galeão e partimos para São Paulo.  Chegamos, e agora começava a nossa busca para conseguir o ingresso, tínhamos 13 horas para conseguir o ticket, inicialmente, demos uma visita na cidade, vimos alguns pontos e fui até a Galeria do Rock. Faltavam 9 horas. Nos disseram que já haviam guardados nossos ingressos, mas precisávamos encontrar o responsável. Nós não o encontramos, viramos e reviramos a cidade de concreto. Já vi torcedores acabados por seus times terem perdidos partidas decisivas, mas nunca vi as expressões daqueles torcedores do Boca . “ Meu ano inteiro foi arruinado hoje”, essa foi a frase mais tocante que ouvi.  Ser torcedor do Boca é diferente. Depois do fim da partida, meu pai, com os anos de experiência, e incapaz de poder ofender o time durante a partida, demonstrava o que significa amor ao time. Ele puxa o grito “ Y dale, Y dale, y dale Boca dale”, essa canção é cantada quando o Boca entra e sai do campo. Se lembrar disso durante a derrota em uma final da Libertadores é complicado, mas é o que nós fazemos, amamos no começo, no meio e vamos  até o fim. Assim que meu pai começou, os 2000 torcedores cantaram juntos, todos choravam, e os jogadores retribuíram , agradecendo e pedindo desculpa. Bem, às 6, fomos para o estádio,  sem ingresso. Chegando lá, vi que Nando Reis mora bem em frente ao Pacaembu, a torcida do Boca começava a cantar , ele cantava junto e pulava como se fosse um  “hincha de Boca”. O tempo passava, e nada de ingressos... Ficamos 2 horas lá, nisso, vimos brigas entre torcedores, briga de policiais com torcedores, eu dei entrevista para a ESPN da Argentina ... Ao vivo. Faltando meia hora, um amigo nosso veio com os dois ingressos, meu e do meu pai. Aliviado, entramos.  A torcida do Boca fez uma festa linda, mas infelizmente, a taça foi merecidamente do Corinthians. Não importa onde esteja, Boca Juniors é mais que um time, é um sentimento. Por mais que tenha perdido, não me arrependo de ter ido e iria novamente, foi a experiência mais louca que tive na vida com relação a futebol.

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