As recentes notícias sobre o antigo desejo de independência da Catalunha fazem lembrar de uma rivalidade famosa do futebol mundial: Barcelona x Real Madrid. Assim como outros clubes, as diferenças não se restringem apenas ao futebol.
O Barcelona é símbolo de resistência contra a ditadura do general Franco, que era torcedor do Real Madrid. O Barça exaltava valores e princípios do povo que representa. O slogan da equipe catalã é “mais que um clube” justamente porque permeia áreas extra-campo. Mesmo depois da morte do general, o Barcelona seguiu com a proposta de atuar em outros setores. Do outro lado, o time merengue era identificado pelo forte nacionalismo espanhol e pelo poder. Não por acaso o nome Real Madrid está associado à realeza madrilenha. Em 1931, portanto, durante a Segunda República o time perdeu a coroa do escudo e todos os títulos, que só foram devolvidos dez anos depois.
De acordo com o vídeo-repórter da ESPN Brasil João Castelo Branco, a história pesa até mesmo nos dias de hoje e que isso se manifesta principalmente no clube catalão.
- Eles usam ainda o clube do Barcelona como um veículo para demonstrar essa vontade de ter independência. É uma coisa muito rara ter um clube que seja envolvido com a política, mas o Barcelona ainda é um clube que apoia abertamente a independência da Catalunha e está muito envolvido nesse movimento. O Barcelona ainda canta músicas contra o Real Madrid, especialmente sobre a época que o time era o time do ditador - explicou.
Depois da vitória franquista na Guerra Civil Espanhola, o escudo do Barcelona era um dos únicos símbolos em que se podia ver a bandeira da Catalunha. E somente no estádio Camp Nou que estava permitido usar o idioma catalão. Durante esse período o Real Madrid foi favorecido com a contratação de grandes jogadores e venceu diversos campeonatos. Uma das provocações feitas por torcedores do Barcelona aos rivais é sobre o fato deles torcerem para o time de um ditador.
- Já existem muitos livros contando que realmente existia uma maneira de privilegiar o Real Madrid e atrapalhar o Barcelona. Como o Barcelona era muito abertamente contra o ditador e o Real era o time do Franco, existem algumas história de roubos escancarados do juiz contra o Barcelona e intimidação de jogadores pelo exército no estádio do Real Madrid. A história mais famosa talvez seja na contratação do Di Stéfano, que tinha um acordo com o Barcelona o Franco usou a influência dele para ajudar o Real Madrid - concluiu.
De acordo com o vídeo-repórter da ESPN Brasil João Castelo Branco, a história pesa até mesmo nos dias de hoje e que isso se manifesta principalmente no clube catalão.
- Eles usam ainda o clube do Barcelona como um veículo para demonstrar essa vontade de ter independência. É uma coisa muito rara ter um clube que seja envolvido com a política, mas o Barcelona ainda é um clube que apoia abertamente a independência da Catalunha e está muito envolvido nesse movimento. O Barcelona ainda canta músicas contra o Real Madrid, especialmente sobre a época que o time era o time do ditador - explicou.
As mudanças no escudo do Real Madrid |
O slogan do Barcelona estampado nas arquibancadas do Camp Nou |
- Já existem muitos livros contando que realmente existia uma maneira de privilegiar o Real Madrid e atrapalhar o Barcelona. Como o Barcelona era muito abertamente contra o ditador e o Real era o time do Franco, existem algumas história de roubos escancarados do juiz contra o Barcelona e intimidação de jogadores pelo exército no estádio do Real Madrid. A história mais famosa talvez seja na contratação do Di Stéfano, que tinha um acordo com o Barcelona o Franco usou a influência dele para ajudar o Real Madrid - concluiu.
O atacante argentino Alfredo Di Stéfano por pouco não vestiu a camisa azul e grená. Ele era a estrela do River Plate e em 1952 enfrentou o Real Madrid. Um olheiro catalão assistiu ao jogo e se interessou pelo jogador. Mas é claro que a categoria dele também despertou olhares do clube rival. A negociação do argentino era feita com intervenção do governo e a Federação Espanhola de Futebol decretou uma lei que bania a contratação de estrangeiros. Di Stéfano era uma exceção e ficou combinado que ele seria dividido pelos dois clubes. Mas o então presidente do Barcelona foi pressionado a deixar o cargo, a direção interina abandonou o acordo e Di Stéfano consagrou-se craque do Real Madrid.
Di Stéfano vestido com a camisa merengue |